Proposto pelo filósofo e sociólogo Florian Znaniecki 1919, o culturalismo coloca a cultura como força organizadora central dos diferentes assuntos humanos. Mais de um século depois, é necessário analisar a sustentabilidade pelas lentes da cultura.
A fim de alcançar resultados mais eficientes, as propostas de sustentabilidade precisam levar em conta como uma sociedade se organiza. Ao entender particularidades nacionais e regionais, os processos que todos precisam adotar poder passar por adaptações que aumentem a adesão.
Características do culturalismo
Diferentes autores criaram teorias para organizar e analisar o comportamento humano. Há, por exemplo, o intelectualismo, que coloca a inteligência acima de sentimentos e vontades, e o pragmatismo, que diz que a inteligência não existe para que conheçamos as coisas, mas sim para que possamos agir sobre elas.
Znaniecki propõe no culturalismo o fim da oposição entre a natureza e a cultura. Em outras palavras, as mesmas questões levantam diferentes conclusões, pois as lentes de diferentes culturas orientam o olhar para diferentes aspectos da realidade.
Uma vez que cada olhar é relativo, se uma sociedade deseja encontrar uma resposta específica, deve saber qual pergunta fazer e, principalmente, quem é o interlocutor que vai respondê-la.
Há um exemplo muito interessante de culturalismo sustentável no mundo do automobilismo que coloca essa prerrogativa à prova. Em 2024, a IndyCar, principal categoria de monopostos dos Estados Unidos, adotou os motores híbridos, convertendo energias térmica e cinética do próprio carro em energia elétrica para alimentar um motor auxiliar ao tradicional, de combustão interna.
Uma grande questão cultural no automobilismo dos Estados Unidos é o barulho do ronco dos motores. As unidades de potência híbridas já são realidade na Fórmula 1, categoria de origem europeia, desde 2014. Porém, a redução considerável do ronco dos motores por lá impediu a IndyCar de seguir o mesmo caminho até então. Era preciso, em primeiro lugar, garantir a experiência do público, a despeito da sustentabilidade.
Finalmente, a categoria encontrou sua solução, que pode ser conferida neste vídeo. Em comparação com a Fórmula 1, a diferença é gritante.
Usando a cultura para acelerar a sustentabilidade
Alguns podem dizer que o tempo perdido pela IndyCar na busca por um motor elétrico barulhento atrasou em uma década a adoção de uma tecnologia necessária e inevitável. Porém, como vimos ao entender o culturalismo, essa década de pesquisa e desenvolvimento foi essencial para viabilizar a adoção dessa tecnologia. Sem a consideração das particularidades de uma cultura, a adesão à novidade seria nula. De fato, haveria rejeição ao conceito.
O mesmo se aplica a questões mais cotidianas. Ao comercializar produtos reciclados e estimular a economia circular, por exemplo, empresas precisam encontrar formas de superar impedimentos culturais.
Dentre os desafios quem empresas brasileiras precisam superar no dia a dia, está a percepção de que produtos reciclados possuem qualidade inferior, assim como a reciclagem individual não traz benefícios práticos. Em parte, essas resistências encontram suporte em uma comunicação pouco clara por parte das empresas, mas também pelas seguidas notícias sobre poluição e acidentes ambientais. Isso cria uma sensação de impotência diante do destino do planeta.
Na Embalatec, aceleramos a curva de aprendizagem do consumidor a fim de transformar a sustentabilidade em um traço da cultura do brasileiro. É por isso que destacamos a eficiência, a segurança e a procedência do nosso plástico PCR, oriundo do plástico pós-consumo industrial, livre de impurezas e inodoro, ideal para adoção, por exemplo, pela indústria alimentícia.
Ao mesmo tempo, compreendendo que nossos clientes possuem desafios logísticos próprios, oferecemos o suporte na logística reversa de tubetes de 1,5 kg e de aparas do filme stretch. Dessa forma, promovemos a reciclagem e solucionamos um problema antigo da indústria no gerenciamento de resíduos sólidos.
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